CENA DE MEU PEDACINHO DE CHÃO (FOTO: REPRODUÇÃO)
Quando estreou, “Meu pedacinho de chão” provocou um choque. Cenários, figurinos, trilha, fotografia, enfim, tudo contribuía para um lindo universo inventado, tudo bem diferente daquilo a que estamos acostumados a ver na TV. Luiz Fernando Carvalho fez uma releitura original, e com assinatura forte, do texto de Benedito Ruy Barbosa. Uma pergunta, no entanto, se impôs: a dramaturgia ficaria em segundo plano, ofuscada pelo esforço concentrado no resultado visual? Se isso viesse a acontecer, o público acompanharia até o final? Houve ainda alusões ao “Sítio do Picapau Amarelo”, para sugerir que a novela era “infantil”.
A esta altura, a um dia do capítulo final, todas essas dúvidas foram dirimidas e o saldo é positivo. Uma cena exibida anteontem, reunindo Bruna Linzmeyer e Irandhir Santos, é muito ilustrativa de tudo isso. A professorinha Juliana beijou Zelão. Conversou com a amiga Gina (Paula Barbosa) e admitiu: “Quando o amor bate, não tem jeito mesmo”. Gina perguntou: “Então ocê reconhece que ama o Zelão?”. E Juliana, olhando para o infinito: “E como... E como”. Diálogo mais típico de uma novela clássica impossível.
Assim foi “Meu pedacinho de chão”: contou uma história tradicional, mas fugindo do formalismo. Ser “diferente de tudo o que já se viu” não é necessariamente um mérito. Contudo, aqui foi. Não à toa, muitos leitores escrevem para cá dizendo que “já estão com saudades”. Essa produção será lembrada.
Para encerrar, recomendo vivamente a quem não assistiu que procure, no site do Gshow, a sequência de Bruna com Irandhir num campo nevado. É preciso ver para entender a beleza da coisa. E, no caso de “Meu pedacinho de chão”, as descrições são insuficientes.
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