Quando Xuxa Meneghel defende alguma questão polêmica, entre os que discordam de seu ponto de vista há sempre alguém para utilizar o termo amor, estranho amor, fazendo referência ao nome do suposto filme ‘‘pornográfico’’ da apresentadora.
Nesta semana, Xuxa foi hostilizada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara pelo deputado Pastor Eurico (PSB), tendo como base justamente este detalhe ‘‘sombrio’’ em sua filmografia.
O filme, que é encontrado facilmente na internet e estrelado por Tarcísio Meira e Vera Fischer, dois medalhões das telenovelas, não é sequer uma pornochanchada, gênero apimentado popular nos anos 1970. O filme é um drama político sobre um rapaz que rememora sua infância vivida num bordel, tendo como pano de fundo a implantação do Estado Novo no Brasil. Dentre as várias memórias está a sua iniciação sexual com uma das jovens do local, interpretada por Xuxa.
As polêmicas cenas de sexo são, na verdade, algumas sequências onde Xuxa aparece seminua ao lado do garoto e, na mais explícita dela, deita em sua cama, passa a mão sobre seu peito e lhe dá um beijo. Vale lembrar que quando o filme foi rodado, por volta de 1980, Xuxa tinha 16 anos, e o garoto, o ator Marcelo Ribeiro, 11. Ambos menores de idade. Se Marcelo – que já havia feito dois anos antes ‘‘Eros, o Deus do Amor’’ (1980), outro filme de temática sexual – é uma vitima do cinema irresponsável, a jovem Xuxa também é.
O filme passa tão longe da pornografia, que foi um dos selecionados para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Realmente, Xuxa errou em relação ao filme ‘‘Amor, estranho amor’’, mas não por ter feito e sim por barrar a sua distribuição. Há mais de 30 anos a apresentadora paga os direitos de exibição e distribuição do filme temendo que a polêmica possa atrapalhar sua carreira com o público infantil.
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