FORTUNATO (JESUÍTA BARBOSA) E LEANDRO (CAUÃ REYMOND) EM 'AMORES ROUBADOS' (FOTO: TV GLOBO)
Foi a hora e a vez da dupla George Moura e José Luiz Villamarim, de “Amores roubados” e “O rebu”. De Patricia Pillar e de Cauã Reymond. De “Meu pedacinho de chão” e de “Arte brasileira”. Do adeus à “Grande família” ainda no auge. E de muito mais. Pensando bem, foi bom. Veja o balanço:
O ano começou lindamente com “Amores roubados”. Chegou dezembro e nada superou a série exibida em janeiro na Globo. Do texto de George Moura à direção de José Luiz Villamarim (que dupla!) passando pelos atores e pela fotografia de Walter Carvalho, essa foi uma das melhores produções já vistas na nossa TV. É injusto destacar alguém num elenco que esteve todo afiado. Mas, num balanço dos melhores do ano, não se pode deixar de dizer que 2014 foi bom para Cauã Reymond por essa série e por “O caçador”; e para Patricia Pillar, Cássia Kis e Jesuíta Barbosa, que repetiram a parceria com autor e diretor em “O rebu”. Em abril, a estreia de outra produção mexeu com o público: “Meu pedacinho de chão”, uma releitura bem autoral feita por Luiz Fernando Carvalho da novela de Benedito Ruy Barbosa. O diretor transformou em fábula uma trama que um dia tinha sido realista. Ele deixou sua assinatura forte também no trabalho dos atores. Alguns deles jamais serão vistos da mesma maneira, como Juliana Paes e Johnny Massaro. Poucas vezes se testemunhou uma novela correndo tão integralmente aferrada ao artesanato, como se fosse feita fora do esquema industrial da televisão.
O público se despediu de “A grande família” com tristeza, mas sem que o seriado tão longevo tivesse caído no desgaste. Um feito. O ano será lembrado também por outros programas do passado, mas reexibidos no Viva com êxito, como as novelas de Gilberto Braga “Dancin’ days” e “O Dono do Mundo”. Ainda no Viva, o “Globo de ouro” foi um golaço. A equipe do canal soube reeditar a marca sem fazer uma cópia pálida do original. Ainda no cabo, o +Globosat lançou a ótima série “Pablo Escobar: O senhor do tráfico”. O GNT foi ainda mais fundo no investimento em dramaturgia. Se deu bem com “Sessão de terapia”, “Lili, a ex” e “Questão de família”. Fora da ficção, “Casa brasileira” segue maravilhoso; “Família é família” contou com os melhores personagens do Oeste e Astrid Fontenelle continua comovendo com seu inspirado “Chegadas e partidas”. A GloboNews arrasou, e muito, ao produzir documentários.
O ano foi do esporte, com a Copa. Fernanda Gentil, simpática, espontânea, brilhou. O SporTV lançou o programa mais charmoso da temporada, o “Extra ordinários”. Foi também das eleições. William Bonner fez a diferença nas entrevistas com os candidatos, com perguntas difíceis formuladas com firmeza. A GloboNews, com seu programa ao vivo comandado por Renata Lo Prete teve muita presença. Falando em presença, os debates no palco do “Na moral” de Pedro Bial continuaram ecoando durante as eleições. Regina Casé e seu “Esquenta!” e o “Tá no ar: a TV na TV”, criação de Marcelo Adnet, Marcius Melhem e Maurício Farias, também foi destaque. Para fechar, “Dupla identidade” provou que a faixa das sextas-feiras, depois do “Globo repórter”, pode atrair o público. Basta uma série de qualidade.
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