Viviane Araújo vira referência no carnaval: ‘As pessoas querem me ver’Viviane Araújo vira referência no carnaval: ‘As pessoas querem me ver’

Há seis anos no Salgueiro, ela é citada por outras rainhas, diz que se sente amada na Sapucaí e que pretende conciliar a carreira de atriz com o samba

Além do crescimento da sua popularidade, você ganhou o prêmio em um reality show. Acha que sua relação com o carnaval influenciou nisso?
Eu não sabia que ia mobilizar tanta gente. No começo, quando soube de alguns participantes, imaginava que dava para chegar lá. Mas quando entrei, dizia: “Não sei se vai dar para ficar aqui, não”. Você vai vivenciando certas coisas, são 24 horas, pessoas brigando por qualquer coisa. Achei que ia até onde aguentasse e o público deixasse. Graças a Deus deu tudo certo. Senti que minha popularidade aumentou muito depois do reality, mas meu povo do samba me ajudou muito também.

E quanto essa nova Viviane influencia no carnaval? Tem que andar com segurança agora?
No dia dos ensaios técnicos, na Marquês de Sapucaí, tem. Não tem jeito, as pessoas enlouquecem, querem tirar foto. E quem vai lá, às vezes, não tem condições de pagar o ingresso para o desfile. Mas, na Sapucaí, eu me sinto em casa. Sinto que sou amada, querida, ali é meu mundo.

Investiu parte do prêmio em sua fantasia?
Não, o dinheiro está guardadinho. Começo a ver fantasia com muito tempo de antecedência. Tem o Luis, do Palácio dos Cristais, que me ajuda muito com isso. Gastei nada do prêmio nela, não.

A rotina de celebridade atrapalha a rotina de rainha?
Tenho que me virar. Às vezes, malho de manhã porque de tarde tem viagem. Ou malho à noite. Tenho que dar meu jeito.

E como você tem se preparado para reinar em 2013?
Ah, todo ano é a mesma coisa: malhação, drenagem (risos). Não tem nada de diferente.

Você vai virar atriz mesmo?
Isso foi uma outra surpresa. Saber que o Aguinaldo Silva me assistia, comentava. A novela dele é para 2014, a gente já conversou. Ele vem para o carnaval, quer me ver na avenida. Estou muito feliz.

Para quem imaginava que não seria possível fazer sucesso em 1h20m, Viviane Araújo, 37 anos, mostra que sim. É esse o tempo máximo que uma escola de samba do grupo especial leva para percorrer a Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, e que a rainha do Salgueiro vem multiplicando em fama desde 1995, quando começou a desfilar.

Há seis anos na frente dos ritmistas da vermelho e branco do bairro do Andaraí, ela conquistou o público por várias razões: tem gingando, sabe tocar tamborim, e sempre declara seu amor e fidelidade à escola. Assim, Viviane se tornou um dos nomes mais citados como referência de rainha de bateria juntamente com os de Luma de Oliveira e Luiza Brunet. Em 2012, ela pôs sua popularidade em teste ao participar do  reality show “A Fazenda”. Resultado? Saiu de lá com o prêmio de R$ 2 milhões. Como se não bastasse, recebeu convite para atuar em novela de Aguinaldo Silva – que vai à Sapucaí para vê-la desfilar -, e a cada ano que passa só vê sua popularidade aumentar no solo sagrado do carnaval carioca.

Como é ver seu nome citado por outras rainhas de bateria como sendo fonte de inspiração? Como é virar referência no carnaval?

"Nos ensaios técnicos, na Sapucaí, tenho que andar com seguranças. Não tem jeito. As pessoas enlouquecem, querem tirar foto. E quem vai lá, às vezes, não tem condições de pagar o ingresso para o desfile. As pessoas querem ver a Viviane Araújo. Mas, na Sapucaí, me sinto em casa. Sinto que sou amada, querida. Ali é meu mundo”, diz ela, que não podia ser retratada para a série “Sua majestade, a bateria” de outro jeito, senão nos braços do povo. No caso, de seus ritmistas.

Eu me orgulho muito disso. Tenho uma história no carnaval. São 18 anos e consegui conquistar meu espaço pelo que sou, por méritos. Fico muito orgulho e feliz por ter esse reconhecimento.

Viviane: "Na Sapucaí, me sinto em casa"

Rainha de bateria tem tempo de vida útil? Você se vê nesse posto até quando?
Sei que não vou ser rainha com 60 anos de idade (risos), pelo menos não como eu venho. Posso vir como a Dodô, da Portela, ou a Elza Soares, na Mocidade. Continuar por amor mesmo. Mas nessa fase, não sei mesmo. Até onde der, até meu coração pedir para parar ou que já deu para mim.

Tem o amor pelo carnaval, mas tem também uma exigência do posto de ser símbolo sexual, não?
Ah, sim, é por aí. Quando eu achar que não estou legal, quando não quiser ficar mais me matando (risos), quando eu mesma sentir isso, eu paro.

E quais os esforços que se faz para ser rainha?
Não é só glamour e beleza, não. Pelo menos no meu caso. Gosto de viver tudo dentro da escola, tenho uma dedicação muito grande. Mas faço com prazer, com amor. Mas fico cansada. Tem ensaio, presenças, tem o meu trabalho. As pessoas querem ver a Viviane Araújo.

Acha que uma futura carreira como atriz pode atrapalhar a vida de rainha?

Não vai atrapalhar. Dá para conciliar. Juliana Paes foi rainha de bateria por tantos anos, sempre conciliava. Quero que seja assim. E continuar participando da escola, ver tudo o que antecede o carnaval.

E o projeto de ser mãe?
Todo mundo me pergunta porque disse que tinha o sonho de desfilar grávida, mas vou ter que adiar mais uma vez por causa do trabalho. Mas acho que até os 40 anos dá.

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