RICARDO MACCHI EM CENA DE 'SURFERSSAUROS TUBARÕES DE COPACABANA' (FOTO: REPRODUÇÃO DA INTERNET)
Sonia Braga teve Gabriela; Cristiana Oliveira, Juma Marruá; e Adriana Esteves, Carminha. Para Ricardo Macchi, o grande personagem de sua carreira foi o cigano Igor. Mas, a diferença entre o ator e suas colegas de profissão é que Ricardo parece ter ficado, como se por feitiçaria, eternamente preso ao protagonista de “Explode coração”, novela de Gloria Perez exibida em 1995.
Sem contrato com uma emissora, Macchi mora entre o Rio e Porto Alegre e se dedica à sua produtora, Instituto Wortex, em São Paulo, em que produz, dirige, roteiriza e apresenta documentários de responsabilidade social e ambiental. Seu trabalho mais recente como ator foi como um professor de surfe no longa “Surferssauros tubarões de Copacabana”, de Rosário Boyer, uma coprodução Brasil-Argentina, com lançamento previsto para este ano.
Macchi lembra os motivos que o fizeram ser “esquecido” e conta que espera convites para voltar às novelas.
- Fiquei seis anos com contrato longo na Globo, de 1995 a 2001. Tive a honra de inaugurar o Projac e ser colocado como a bola da vez. Mas também tive a honra de ensinar à Rede Globo que um estreante precisa de um coach e um diretor. Sou o único que estreou lá sem estar blindado, sem diretor de ator ou amigo na equipe. Gianecchini, por exemplo, teve uma preparação que eu não tive. Não sofri com as críticas porque não estava preparado – disse ele, que foi levado à Globo depois do participar do musical “Blue jeans”, de Wolf Maia, em 1991.
- Um médico não é medido por sua primeira cirurgia. Meus valores morais me impedem de fazer lobby, ficar implorando papel. Eu me recuso a pagar assessoria de imprensa, a ser dissimulado. Fui massacrado pela crítica e pela mídia. Para voltar ao mercado, teria de ser adotado por uma equipe. Não fui. Fui esquecido. Travo uma luta diária de resignação desde que saí da Globo. Todo dia, quando saio de casa, ouço várias vezes a pergunta: 'E aí? Não faz mais TV, não?'
Macchi lembra uma curiosidade: ele derrotou nos testes para o papel os também estreantes Adriano Garib, o Russo de “Salve Jorge”, e Du Moscovis.
Seus trabalhos mais recentes na televisão foram uma participações em “Aventuras do Didi” em dezembro, em que reviveu o cigano Igor, e no “Zorra Total” (2011). A última novela foi “Os mutantes – caminhos do coração" (2009), na Record.
Uma prova de que Ricardo soube rir da imagem de mau ator que o cigano lhe legou foi o comercial da Fiat em que contracenou com Dustin Hoffman. O filmete brincava com a diferença de altura e talento dos dois, inversamente proporcionais.
- Nunca tive o peso do ego. Tenho talento. Sou tão bom ou tão ruim como 95% do mercado. Claro que gostaria de fazer novelas. Estou jovem, sarado, evoluído emocionalmente, profissionalmente, espiritualmente e fisicamente. Estudei depois de 'Explode coração'. Estou extremamente preparado para voltar à TV. Conheci o outro lado do audiovisual – diz ele, que conta estar solteiro (seu último relacionamento público foi com Ellen Rocche, que chegou ao fim em 2010).
Logo antes de desligar o telefone ele diz, efusivo:
- Obrigada por lembrar de mim!
RICARDO MACCHI COMO O CIGANO IGOR (FOTO: REPRODUÇÃO DA INTERNET)
RICARDO MACCHI E RENATO ARAGÃO EM "A TURMA DO DIDI" (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
RICARDO MACCHI (FOTO: ARQUIVO PESSOAL)
RICARDO MACCHI E DUSTIN HOFFMAN EM PROPAGANDA DA FIAT (FOTO: REPRODUÇÃO DA INTERNET)
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