terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Autor de “Amor à Vida” afirma que todas as pessoas são bissexuais


walcyr carrasco
Walcyr Carrasco acredita que todos são bissexuais
Autor da novela “Amor à Vida”, Walcyr Carrasco deu declarações nesta semana sobre um assunto que ainda causa polêmica: A homossexualidade. Sobre o casal gay da sua novela, Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Mateus Solano), ele não revela se haverá ou não o tão esperado (e inédito) beijo gay na novela das nove da Globo.
No entanto, ele reconhece a torcida do público para que o casal tenha um final feliz. “Eu sinto que as pessoas torcem muito por eles, como os heróis de uma novela tradicional, sem se importar com o fato de eles serem dois homens”, disse o autor.
Walcyr falou sobre a recepção aos personagens: “Mesmo pessoas que não estão ligadas ao movimento LGBT se mostraram claramente favoráveis à adoção, por exemplo”, relata o autor, ressaltando a aprovação do público ao tema dos pais gays adotivos.
A apresentação dos personagens num contexto familiar foi o grande marco de “Amor à Vida” em relação ao tema homossexualidade: “A inclusão do gay dentro da sociedade, querendo formar uma família, ter filhos e adotar foi o tema mais importante. Essa discussão repercutiu de forma muito positiva”, aponta.
“Uma pessoa que é rejeitada por sua sexualidade dentro da própria família cria um preconceito contra si próprio e tem dificuldade em amar”, analisa Walcyr, sobre as consequências que esta falta de acolhimento teve na vida de Félix.
A BISSEXUALIDADE É O FUTURO
Mesmo não sendo o tema principal em relação à sexualidade de “Amor à Vida”, a bissexualidade também foi aborda na novela por meio do personagem Eron (Marcello Antony), que deixou Niko para viver com a médica Amarilys (Danielle Winits).
Muitas vezes incompreendidos até entre os gays, o bissexuais são vistos por Walcyr como algo que será cada vez mais comum num futuro próximo, como ele aponta em entrevista ao iG:
“Gosto de pensar que todas as pessoas do mundo são, em maior ou menor intensidade, bissexuais. A sociedade é que gosta de rotular. Em certa medida, é preciso aceitar este rótulo justamente para discutir os direitos. Mas acredito na medida em que a sociedade evoluir, o número de bissexuais assumidos vai aumentar”, assinala o autor de “Amor à Vida”.
Walcyr acredita que muitos homossexuais se identificam equivocadamente como bissexuais, numa necessidade de se encaixar em rótulos impostos pela sociedade. “Um homem gay, que eventualmente tenha atração por uma mulher, se vê como gay. É uma forma de enfrentar o mundo e os preconceitos”, defende ele, que é assumidamente bissexual.
Para o autor, essa necessidade de rótulos deve desaparecer com a evolução da humanidade. “Talvez, com o passar do tempo, pessoas especificamente hétero ou gay deem lugar a pessoas em paz com seus desejos e relacionamentos. Sem a discussão se é ou não é. Aliás, acredito que a juventude hoje, na faixa dos 20 anos, já tem fortemente essa tendência”, conclui Walcyr.
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