JULIANA PAIVA É LILI EM 'ALÉM DO HORIZONTE' (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Agora que o núcleo do paraíso perdido começou a aparecer, “Além do horizonte” cresceu. Era a ponta que faltava ao enredo criado por Marcos Bernstein e Carlos Gregório. Se ele será interessante, os próximos capítulos dirão. Mas ninguém pode negar que a novela vai por um caminho diferente da maioria ao investir em mistério e aventura.
Originalidade, no entanto, não é, em si, um mérito. Veja o caso da mocinha, Lili (Juliana Paiva), muito diferente da maioria de seus pares da teledramaturgia. Desde a estreia, ela irrita sempre patinando numa espécie de pâté de pirraça. Reclama da vida, briga com a mãe, trata mal praticamente todos os que convivem com ela. Culpa o mundo inteiro pelo sumiço do pai. É, em linhas gerais, uma adolescente tardia, mimada e infantil e, basicamente, uma figura desagradável. Será difícil o público desenvolver qualquer dose de empatia com a personagem.
Mais curioso ainda é o universo ao redor dela. Nos capítulos recentes, Heloísa (Flávia Alessandra), a mãe, convidou Priscila (Laila Zaid), melhor amiga e prima, para uma conversa. O assunto, claro, era a preocupação com Lili. “Te chamei para falar da Lili, claro. Ele está metendo os pés pelas mãos. A maneira como ela trata o Marcelo (o noivo), os livros que lê, a fixação no pai”.
Priscila, que é amiga, mas parece mais uma babá ou enfermeira, retrucou que “até comigo Lili está impossível”. E a mãe: “Você sabe como o Marcelo é importante, um cara mais velho, com uma carreira estável, que abraçou ela, uma criança abandonada pelo pai”.
Os livros que lê? Criança abandonada pelo pai? Quantos anos tem Lili? “Além do horizonte” mira no público jovem, ok. Mas, sem ajustes nessa protagonista, vai acertar no telespectador da pracinha.
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