domingo, 1 de dezembro de 2013

'Amor à vida': Pérsio revela que foi terrorista e cogitou ser homem-bomba

Em “Amor à vida”, após jantar com a família de Rebeca (Paula Braun), Pérsio (Mouhamed Harfouch) decide terminar o namoro com ela. O fim da relação deixa a jovem completamente sem ação, ainda mais levando em conta a importância desse encontro para os dois, que são de religiões diferentes, historicamente envolvidas em conflito. A residente, de origem judia, faz de tudo para conseguir uma explicação do seu agora ex-namorado, palestino.

“Pérsio, você tem que falar comigo. Eu te levei na minha casa, te apresentei pra minha família. Você não pode se separar de mim assim, como se a nossa relação não tivesse significado nada”, argumenta Rebeca, cogitando o que teria determinado a atitude de Pérsio: “No jantar lá em casa, você ficou sabendo que o filho de mãe judia é considerado judeu. E você é palestino. Eu acho que isso te assustou. Foi por isso que você separou de mim, não foi?”.

Mesmo diante dos questionamentos da jovem, inicialmente  ele reluta em esclarecer o que aconteceu: “Se você prefere achar que é isso, se te deixa em paz...”. Mas Rebeca não se conforma: “Eu gosto de você, até lutei comigo mesma pra não te amar, Pérsio. Mas aconteceu. Eu quero saber a verdade”.
Aos poucos, Pérsio revela o que fez tomar a sua decisão: “Rebeca, eu lutei na guerra, na Palestina”. “Eu sei, já pensei muito sobre isso. Mas Pérsio, em Israel existem muitos casais de árabes com judeus”, interrompe Rebeca.

E logo ele conta informações sobre seu passado até então desconhecidas: “Eu pertencia a uma célula terrorista”, continua ele, para o espanto da jovem judia: “Eu queria ser um homem bomba. Achava que era um sacrifício justo pela causa do meu povo. Só não fui porque eu sou filho único, a minha mãe me procurou, insistiu demais pra eu desistir. Mas eu ajudei a organizar um atentado. Um amigo meu, um amigo próximo, foi o homem bomba. Ele entrou num ônibus em Jerusalém e explodiu, matando muita gente. Mulheres, crianças... crianças como o seu irmãozinho, Rebeca”.

Rebeca parece não compreender de imediato o significado do que acaba de ouvir: “Você foi um terrorista, Pérsio? Eu não podia imaginar. Quando você veio fazer residência no hospital, dizia que queria se aprimorar, e voltar pra guerra, pra ajudar o seu povo como médico”.

Pérsio explica o que o deixou tão atordoado no jantar com a família de sua namorada: “Eu me senti culpado, quando vi o seu irmão, quando falei com a sua família. Eu percebi que a guerra, o terrorismo, atinge pessoas indefesas, crianças. Vendo aquele menino sorrindo, eu percebi que um dia eu quis atacar crianças como ele. Como eu posso dizer que aquele menino é meu inimigo?”.
R
ebeca parece ainda não acreditar: “Você foi realmente um terrorista, pensou mesmo em ser homem bomba?”. Pérsio confirma a informação e completa: “Agora eu tô horrorizado comigo mesmo”. E ela reage: “Eu é que tô horrorizada com você, Pérsio. Adeus”.


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