“Só resolvi abrir o assunto publicamente agora porque não queria atrapalhar as investigações da polícia”, explica a autora, que tomou conhecimento do caso há dois meses, através de um policial. O caso acontecia desde 2014, quando duas mulheres convidavam crianças para o teste dessa falsa minissérie.
Um perfil falso de Glória Perez no Facebook também aliciava mães com a proposta de trabalho. Simone Freitas, mãe de duas crianças convocadas para o teste, falou sobre o assunto em entrevista. Segundo ela, as crianças teriam que viajar para o Rio de Janeiro, rumo a uma fazenda distante de tudo.
“Elas reuniram o elenco com os pais e falaram: ‘As meninas vão viajar para o Rio de Janeiro, vão ficar em uma fazenda. Vão de helicóptero, porque não tem acesso de carro, nem de ônibus. A fazenda é do meu marido, que é diretor da Petrobras. A Glória pediu a ele para emprestar a fazenda'”, denuncia Simone.
A quadrilha contava com um coreógrafo, que ensaiava as crianças no apartamento de uma das mulheres do esquema em um condomínio no bairro de Moema, em São Paulo. Ele, no entanto, não sabia que tudo não passava de uma farsa das duas mulheres. Simone percebeu que ele estava sendo enganado.
“Quando eu e ele conversamos, vimos que a história não estava batendo. O contrato nunca vinha. Falei que ele estava sendo enganado”, lembra Simone. “As crianças trabalharam de graça, não tiveram férias, não puderam viajar. Teve mãe que perdeu casamento de filho, dinheiro…”, relembra a vítima.
“Elas fizeram um inferno na vida gente”, diz Simone, que conta ainda que, durante o período de ensaio, uma das mulheres fazia o papel de Daniella Perez, a “protagonista” dessa minissérie. Ela afirma ainda que conhece as mulheres e que chegou a abrigar uma delas em sua própria casa em uma ocasião.
“Ela tem mania de ficar na casa dos outros. Ficou oito dias aqui. Sei quem é, onde mora, CPF, sei tudo. Só não sei o nome da outra, só tenho o nome fictício”, revela. No início do ano, Simone reuniu as provas e levou para a Polícia Federal, que abriu um inquérito e, em seguida, a chamaram para o depoimento.
“Perguntei para a agente, ela disse que não era caso de Polícia Federal, não acharam nada de pedofilia. Fiquei decepcionada com a polícia”, completa Simone, que falou sobre o assunto com Glória Perez, que já sabia do caso e havia publicado a notícia no último sábado.
“Ela postou isso no sábado. Tremia que nem vara verde. De algum jeito, deu certo. Daí começamos a conversar. Ela me ligou. Contei toda história. Ela ainda não sabe de muita coisa. Tenho tanta coisa no meu celular, que se enviar, passo o ano todo mandando”, completa Simone.
“Não sabemos a finalidade do esquema, mas coisa boa com certeza não é. Tudo é muito estranho”, conclui Simone.
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