JOANA FOMM, EM BOOGIE OOGIE (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Uma das maiores alegrias de “Boogie oogie” de uns tempos para cá é ver Joana Fomm. Ela estava afastada da televisão havia tempo por razões de saúde totalmente alheias ao seu imenso talento. Agora, na trama de Rui Vilhena, é uma vilã, algo que para ela sempre foi um passeio. Odete tem alguma ligação misteriosa com Carlota (Giulia Gam). Conhece o tal segredo que move em parte a novela. Aparece invariavelmente tramando, enigmática.
Papéis assim não são para qualquer atriz. Joana não esconde que teve um problema neurológico e ele afetou sua fala. Isso é levemente perceptível, mas não importa. Até porque continuam intocadas a certa fina ironia e a inteligência que mostram uma compreensão do texto para além das palavras. A personagem é, teoricamente, secundária. Mas, sempre que as suas cenas terminam, é de se lamentar. Odete está fazendo muito bem à história das 18h.
A atriz tem uma lista de grandes vilãs na nossa televisão. Uma delas, inesquecível, foi a Perpétua de “Tieta” (de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn). Era uma malvada sem possível redenção, cuja personalidade sombria se refletia até nos figurinos. Andava de preto e usava um xale que a aproximava de um corvo. Mesmo assim, com tantos elementos literais, essa ironia que torna um ator um ator especial fez a Perpétua de Joana única.
Sem falar na Yolanda Pratini de “Dancin’ days”. Ela era uma socialite com inveja da irmã (Júlia/Sonia Braga), cuja filha (Marisa/Gloria Pires) tinha criado enquanto a outra esteve na cadeia. A disputa levou muitos capítulos até que no fim Yolanda teve uma virada e se regenerou. O Viva reexibiu a trama de Gilberto Braga este ano. E a elegância de Joana Fomm segue a mesma.
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