Cristianne Fridman, autora da novela “Vitória”
Hoje é a estreia da novela “Vitória”, escrita por Cristianne Fridman. Para quem não sabe de quem se trata, vamos refrescar a sua memória e relembrar alguns trabalhos da autora, conhecida por escrever tramas completas, polêmicas e histórias que conseguem chamar a atenção de quem assiste pela primeira vez.
Em sua carreira televisiva, Fridman começou como co-autora da novela “Dona Anja”, no SBT, em 1997 e em 2001, foi para a Globo e colaborou com a temporada de “Malhação” daquele ano. Foi colaboradora também de “Coração de Estudante” (Globo/2002) e com “Essas Mulheres” (Record/2005).
Na Record, a autora teve a oportunidade de escrever, junto com Bosco Brasil, a novela “Bicho do Mato” (2006), que abordava o assunto de terras indígenas no estado do Mato Grosso. Em 2008, ela escreveu sua primeira novela, “Chamas da Vida”, que foi uma explosão de audiência e repercussão na emissora.
Incêndio tomou conta dos primeiros capítulos de “Chamas da Vida”
Dirigida por Edgard Miranda (Mesmo diretor de “Vitória”), a novela foi exibida às 21h45, e tinha um soldado-bombeiro como personagem principal. Além do corpo de bombeiros que faziam resgates, a novela contava com uma gangue que praticava pratica vandalismos como pichações, soltar balões e rachas.
Entre os núcleos polêmicos da trama, estava a história de um rapaz soropositivo, que sofria preconceito por parte de todos, inclusive era humilhado pela mãe de sua ex-namorada. Houve também casos de abuso sexual, pedofilia, vários incêndios e mortes, que impactava o telespectador e gerava muitas discussões.
André Di Mauro interpretava um pedófilo em “Chamas da Vida”
A audiência da novela correspondia e conquistava ótimos índices para a Record, chegando a ser esticada pela emissora, totalizando dez meses de exibição, 253 capítulos de segunda a sábado. No Rio de Janeiro e em Fortaleza, o ibope do folhetim chegava a superar a Globo, então líder de audiência no país.
O capítulo em que o pedófilo Lipe (André Di Mauro) era perseguido pela polícia rendeu à novela sua melhor audiência em São Paulo. Das 22h29 até às 23h28, a trama conquistou 19 de média, com pico de 21 pontos e 31% de participação, um dos maiores recordes da história da teledramaturgia da emissora.
“Chamas da Vida” ainda rendeu indicações para o prêmio Contigo! de TV e no Troféu Imprensa, como melhor novela, melhor autora, melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor ator e melhor ator coadjuvante, categorias disputadas até então pelo elenco e novelas da Globo, na maioria das vezes.Três anos depois, em 2011, Cristianne Fridman voltou a escrever para a Record. A emissora produziu “Vidas em Jogo”, a última novela que rendeu ótima repercussão e boa audiência. Com um grande time no elenco, alguns vindos da Globo, a trama girava em torno de dez personagens que ganhavam na loteria.
Participantes do “Bolão da Amizade” em “Vidas em Jogo”
A novela foi ao ar na faixa das 22h15, ambientada no Rio de Janeiro, e abordou as mudanças que o dinheiro causa na vida dessas pessoas. Na história, o grupo de vencedores participavam de um bolão, com um pacto, onde cada um deles só teria acesso à sua segunda parte do prêmio se alcançasse determinados objetivos.
Dando continuidade ao trabalho anterior, “Vidas em Jogo” também abordou temas bastante polêmicos e contava com personagens mal-caráter, que faziam de tudo para destruir o grupo do “bolão da amizade”. A grande vilã era a personagem de Beth Goulart, cuja filha era apaixonada pelo protagonista da história.
“Vidas em Jogo” contava com personagens usuários de crack
Entre os temas abordados, estavam a traição, obesidade, transexualidade, abuso sexual, trambiques, personagens que faziam uso de anabolizantes, drogas ilícitas, como o crack e personagens contaminados pelo HIV. Todos esses temas completavam a novela, gerando bastante repercussão nas ruas e na internet.
O último capítulo foi o mais aguardado da novela, onde a autora revelaria o assassino que matou alguns integrantes do bolão. Mas, para a surpresa de todos, não havia assassino, todos estavam se ajudando e se protegendo, para evitar que a vilã da história fizesse algum mal para roubar o prêmio que faltavam receber.
Neonazistas: Paulão (Marcos Pitombo), Priscila (Juliana Silveira) e Enzo (Raphael Montagner)
A audiência não foi diferente da anterior e marcou 12 pontos de média geral. No último capítulo, atingiu média de 18 pontos com picos de 20, superando a Globo no horário, recorde da emissora desde então. Com esse curriculum, não é demais esperar muito de “Vitória”, que tem estreia marcada para hoje.
Como já informado, sua nova novela continuará investindo no que deu certo anteriormente, mas dessa vez, abordará ainda o assédio sexual no trabalho, o trabalho infantil, violência doméstica, preconceito com as minorias, corrupção na polícia e vingança. A novela começa logo após o “Jornal da Record”.
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