GABRIEL BRAGA NUNES, O LAERTE DE 'EM FAMÍLIA' (FOTO: REPRODUÇÃO)
De casamento marcado com Luiza (Bruna Marquezine), Laerte (Gabriel Braga Nunes) trairá a noiva com Shirley (Viviane Pasmanter) mais uma vez em "Em família". Dessa vez, os dois embarcarão em beijos de tirar o fôlego no escritório do galpão das artes, quando todas as atenções estiverem voltadas para um concerto.
Tudo começará quando Shirley encontrar Laerte sozinho no escritório ao computador, durante o intervalo do concerto. O músico estará de mau humor porque terá brigado mais uma vez com Luiza antes de sair e acabará indo ao evento desacompanhado. A perua se insinuará no intervalo e dará o bote ao fim do espetáculo. Os dois entrarão com urgência em uma sala e baterão a porta sem trancar.
— De volta ao ninho - dirá Shirley.
— Em que ponto paramos a nossa conversa? - responderá Laerte.
— Não paramos numa conversa, mas num beijo.
— Que interrompemos?
— Que íamos começar - diz ela já roçando seus lábios com os do músico.
— Seus lábios estão frios. Meu analista me disse que isso pode ser sintoma de carência afetiva.
— Quem sabe? - dirá Laerte, embarcando na sedução da mulher.
— Lábios frios, beijos frios. E a única coisa que cura beijos frios são beijos quentes. De preferência, fervendo.
Shirley, então, dará um beijo incendiário, demorado e de perder o fôlego. Nesse momento, Lívia (Louise D’Tuani) abrirá a porta e flagrará a cena. Tapará a boca para não gritar e sairá discretamente, transtornada, branca de pavor com o que acabará de ver.
Enquanto isso, Shirley e Laerte se afastarão depois do longo beijo e sussurrarão um no ouvido do outro:
— Até quando vai durar isso? Essa sua história de casamento? Claro que isso não vai rolar.
— Vai, sim.
— Não pode ser, Laerte. Você não nasceu pra isso.
— Quero mudar.
— Pra quê? Você é tão bom deixando uma mulher insegura! Verdade. Muito do seu encanto é ser canalha com as mulheres...Canalha no bom sentido.
Shirley, então, tentará convencê-lo a torná-la "filial", enquanto Luiza é a matriz. E falará de Helena (Julia Lemmertz), como se a leiloeira ainda estivesse no páreo pelo coração de Laerte.
— Case-se, não vou tentar impedir. Não me importo de continuar sendo filial. Se a matriz for a Luiza, logo-logo a filial vai dar mais lucro. Mas se for a Helena, a Leninha do nosso tempo, aí fica mais difícil. Porque será um amor que venceu o tempo, a desgraça e até a própria morte. É praticamente uma maldição.
— Você quer me confundir - dirá Laerte, perturbado.
— Vem comigo. Vamos viajar, sair pelo mundo, dormir cada noite num hotel diferente de uma cidade qualquer em qualquer lugar do mundo. Vamos aproveitar a vida, o que o dinheiro nos dá. Que é o que nos dá prazer. Vem pra filial, amore mio. Ela vai dar mais lucro do que a matriz.
À fala de Shirley se seguirá outro longo e vigoroso beijo, que tirará Laerte do chão. Mais tarde, em casa, ao lado de Luiza, o flautista acordará sobressaltado com o pesadelo que acabará de ter tido com uma fênix , símbolo do amor imortal que jurou por Helena na juventude.
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