Chegou ao fim na última sexta-feira (30), a novela “Pecado Mortal” de Carlos Lombardi na Record. Clique aqui e saiba quanto a novela marcou na audiência.
A trama de Carlos Lombardi, considerada um dos maiores investimentos já feito pela Record em sua teledramaturgia não deslanchou e os índices de audiência acabaram não redigindo ficando na casa dos 5 pontos. Nem mesmo a saída do horário das 23h para as 21hn, mudou o cenário do folhetim. A definição que se tem é que a trama policial ambientada no Rio dos anos 70, foi um sucesso de crítica, mas fracasso de público.
O autor Carlos Lombardi, procurado pelo portal UOL, procurou explicar porque sua novela foi tão mal na audiência e apontou três pontos que segundo ele, foram fundamentais: quem gosta de dramaturgia se afastou da Record, a emissora não soube como ajustar sua grade à da concorrência e, por fim, não exibiu o resumo de uma semana que foi planejado ao trocar de horário. “A programação precisa mudar de filosofia”, resume.
Questionado sobre o motivo pelo qual não conseguiu recuperar o público cativo de novelas da Record, o autor foi honesto:
“Acho que o público de dramaturgia foi se afastando da rede. Um produto só não faz um brand – a não ser que seja de nicho, como novelas infantis no SBT. Mesmo assim, o SBT tem uma tarde inteira de mexicanas, ou seja, dedica várias horas para dramaturgia, mesmo que de qualidade questionável. Se você pensar em Record hoje em dia, pensa o quê? Jornalismo e programas policiais. Nada contra. Meus filhos adolescentes adoram “Cidade Alerta”. Só com mais produtos – acredito eu, que por sinal não tenho bola de cristal – vamos reviver o brand Record como lugar de dramaturgia e novelas.
Há uma outra razão também. Acredito que migração só acontece em final de um programa da emissora líder. É por isso que todos os canais se ajustam nas faixas horárias nos Estados Unidos e na Inglaterra. Primeiro falava-se que a novela entrava depois da novela das 9 da Globo. Só que não era fato. Ela começava em horários variáveis, mas que quase nunca coincidiam com o final da novela. A Globo foi esperta em fazer capítulos mastodônticos de “Amor à Vida”. Às vezes ia até as 23h. Esmagou nosso espaço. Depois, na troca de horário, me foi falado que íamos bater com a novela do Maneco. Ok. Não batíamos. Começávamos 20 minutos depois da novela do Maneco. Acho, portanto, que a programação precisa mudar de filosofia – mas que fique claro, sou amador na área.
Há uma terceira razão. Insisti que na mudança do horário fizéssemos uma semana de compacto pra apresentar a novela para um público novo. Estava tudo pronto pra isso quando a decisão mudou e o resumo caiu. Falou-se em opiniões de que era impossível contar uma novela de 90 capítulos em cinco de compacto, que seria incompreensível. Pode ser que fosse pra quem falou, mas não era pra um autor, um roteirista. Eu sabia como fazer o resumo em cinco capítulos. Fiz até em um, às vezes, durante a novela. Portanto, acredito que o principal problema sempre foi uma programação algo hesitante e que não se amolda às trocas de horário da concorrente.
Claro que a novela começou um pouco dura demais, um pouco macha demais. Isso foi sendo ajustado. Tudo isso são chutes. Só sei que “Cidade Alerta” tem um público masculino e jovem grande, “Legendários” idem, e esse público precisa ser buscado mais objetivamente.
O autor de novelas também falou sobre o que ele não gostou:
“Não gostei das câmeras Alexia. Dão qualidade próxima a cinema, mas são operacionalmente mastodônticas, o que engessou a linguagem da novela na sua primeira metade. Tudo tinha que ser feito com câmeras estáticas, então as marcações eram mais estáticas do que minha dramaturgia exige. Odeio supercloses e aqueles planos em que se os atores mexerem um milímetro vaza o contra-luz. As Alexia foram sendo abandonadas durante a narrativa, que melhorou muito. Elas podem ser ótimas para narrativas estáticas, contemplativas ou mais bem comportadas. Não pra minha dramaturgia que é sempre hiperativa”.
Na próxima segunda-feira (2), estreia a nova aposta da Record para definitivamente tentar recuperar o público de novelas que a emissora havia conquistado no passado. trata-se de “VÍtória” escrita pela experiente autora Cristianne Fridman.
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