Aos 83 anos, que completa nesta quinta-feira (17), o autor Benedito Ruy Barbosa já reescreveu a novela atual das seis, “Meu Pedacinho de Chão”, inteira e já prepara mais duas sinopses, que, caso sejam aprovadas, irão ao ar no horário nobre da Globo.
Ele, que sofreu um AVC em 2006, supervisionou recentemente as novelas “Cabocla” (2004), “Sinhá Moça” (2006) e “Paraíso” (2009), respectivamente, escritas por suas filhas Edmara e Edilene Barbosa, agora está contente com sua volta como autor principal.
“Estou feliz porque ainda estou capacitado para escrever, com a cabeça limpa e gostosa depois do meu AVC. Era para ter morrido, não morri porque sou muito ruim (risos). Erva ruim o diabo não mata. Escapei sem nenhum tipo de sequela. Graças a Deus estou conseguindo escrever, estou com uma novela no ar”, contou o autor.
Ele contou em entrevista ao portal UOL que está bastante feliz com sua atual novela e, segundo ele, o público está tendo uma reação espetacular à novela. Ele afirma que acertou mais uma vez, ao lado do diretor da novela, Luiz Fernando Carvalho:
“O Luiz Fernando é maravilhoso. Formamos de novo a dupla de tanto sucesso. O interior inteiro está assistindo à novela. Recebo telefonemas de tudo quanto é canto. Todo mundo fala a mesma coisa: ‘Às seis horas, a cidade para’. Fico contente, porque afinal de contas a gente tem obrigação de dar certo”, destacou.
Benedito ainda falou sobre ter escrito os 100 capítulos da novela antes da estreia e, para ele, foi a melhor atitude que poderia ter tido:
“Graças a Deus, pela primeira vez, terminei de escrever uma novela antes de ir para o ar. Os cem capítulos estão prontos. Sou o autor que trabalha mais na frente. Em ‘Cabocla’, quando escrevi o capítulo 64, estava a 64 capítulos na frente do que ia ao ar. Outras terminei a novela com 30, 35 capítulos na frente”, disse.
Em “Renascer”, ele chegou a escrever a trama de dentro de um hospital: “A própria direção da Globo botou o computador no meu quarto no hospital. Operei uma hérnia umbilical e dois dias depois já estava na Bahia acompanhando o final das gravações. Mandei 17 capítulos direto do hospital”, lembrou.
Ele contou que a partir de agora, só pretende fazer novelas assim, com todos os capítulos já escritos: “Tenho três sinopses na Globo que estão sendo julgadas, não sei o que vai dar. Uma é para o horário das onze e duas para o horário das nove horas”, revelou.
O autor ainda criticou as tramas do horário nobre, mas não deu detalhes sobre o “tipo de tratamento” que a emissora dá às novelas:
“Com esse tratamento que estão dando à novela das nove, não faço mais. Não tenho jeito para escrever esse tipo de coisa. Meu estilo é outro. Gosto de lidar com outros assuntos. Meus heróis são heróis mesmo. Minhas heroínas são heroínas mesmo. Tem coisa que não faço. Não faço pelo respeito que acho que o público merece”, argumentou. “Novela tem que ter respeito pelo público telespectador. A gente não pode tratar o telespectador como imbecil. Ele não é. Acho que esse respeito o público merece e a gente tem obrigação de dar”, completou.
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