segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Novos talentos movimentam a praia do humor na televisão


Tatá Werneck (Foto: Aline Cusato /MTV)TATÁ WERNECK (FOTO: ALINE CUSATO /MTV)
No fim dos anos 80, uma turma de atores ligados ao humor que fazia sucesso no teatro desembarcou na TV Globo. Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães entre outros integrantes do Asdúbal Trouxe o Trombone, Andrea Beltrão e Débora Bloch e o diretor José Lavigne, concebidos em outra escola, o Tablado, estavam entre esses talentos. Junto com eles, chegaram jovens redatores formados num caminho alternativo — os jornaizinhos “Casseta popular” (então modestamente distribuído nas universidades e na praia) e o “Planeta diário”.
Cláudio Paiva, Marcelo Madureira, Bussunda, Cláudio Manoel, Hubert, Marcelo Tas e muitas ótimas cabeças pensantes da televisão também compunham esse grupo, que era liderado por Guel Arraes. Esses profissionais participaram de uma forma ou de outra de “Dóris para maiores”, “TV pirata”, “Armação ilimitada”, “Casseta & planeta”, “Programa legal”, entre outras atrações. Olhando hoje, em perspectiva, é fácil constatar que eles fizeram parte (e ajudaram a operar) mudanças importantes na linguagem do humor. Não foi um simples caso de o mainstream devorando e diminuindo verves. Todo mundo cresceu com a TV. A TV, por sua vez, cresceu com eles.
Esse movimento parece se repetir agora, com outras cores e figuras, as dos tempos atuais. Marcelo Adnet e Tatá Werneck, que acabam de assinar contrato com a Globo, são dois exemplos de talentos brotados e cultivados em parte na MTV e que lá acabaram batendo com a cabeça no teto. Bater com a cabeça no teto hoje tem um significado bem diferente daquele dos anos 80. Com os meios de produção ao alcance de todos e a custo quase zero, ninguém vira uma estrela apenas por aparecer na MTV.
O YouTube amplia, com grande eficiência, o tamanho dessa vitrine. Ele foi o verdadeiro canal de grande projeção para Adnet, Tatá, Fábio Porchat, Fernando Caruso e, claro, o genial Gregorio Duvivier. Esquetes da peça “Z.É.”, de que muitos deles participaram, foram viralizados e vistos por internautas do Brasil todo, um público muito mais numeroso do que aquele que lotou os teatros. É uma geração que tem a web na veia.
Estamos vivendo novamente uma maré de renovação interessante. Pode ser que eles não façam o barulho de seus antecessores. Mas vale prestar atenção.

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