JULIANO CAZARRÉ EM CENA COMO NINHO (FOTO: ESTEVAM AVELLAR/ TV GLOBO)
“Amor à vida” começou há pouco mais de um mês, mas pelo menos um personagem já tem o troféu do mais irritante. É Ninho (Juliano Cazarré), o hippie fora de época que ofereceu as estrelas para a namorada e anda sacudindo os dreads há mais de dez anos — desde antes da passagem de tempo que trouxe a trama para os dias atuais. Ele não é apenas uma repetição de clichês já superados, com o perdão do pleonasmo. É uma repetição em si: repisa um sambinha de uma nota só, vive sempre atrás da mesma mulher e acena para ela com uma única rota de terra batida.
O chato de “Amor à vida” não está sozinho. Personagens enervantes estiveram em muitas novelas. A Maria Eduarda de “Por amor” (de 1997) marcou a carreira de Gabriela Duarte. A garota mimada inventada por Manoel Carlos angariou a antipatia de milhares de fãs da trama. Assim começou a primeira campanha de internet envolvendo uma novela.
Voltando ao gênero bicho-grilo que consagrou o Ninho de “Amor à vida”, tivemos o Augusto César (José Mayer) de “A favorita”. Nenhuma categoria, entretanto, é mais concorrida que a das mocinhas cansativas. Em “América”, acompanhamos o chororô de Sol (Deborah Secco). Ela derramou um vale de lágrimas enquanto cruzava o deserto e... realizava seu sonho (entrar nos Estados Unidos). A Helena de “Viver a vida” (Taís Araújo) foi outra que não empolgou. Em “Passione”, o público implicou com Diana (Carolina Dieckmann). A lista segue longa: Giuliana (Ana Paula Arósio), a chorona de “Terra nostra” que vivia atrás de Matteo (Thiago Lacerda); e a Marina de “Insensato coração” (Paolla Oliveira — naquela época ainda antes da numerologia, Paola). Foram muitos os Oswaldos Montenegros das novelas. Outros tantos certamente virão.
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