Quem olha para o seu rostinho meigo, que até lembra o de uma bonequinha de pano, como o de seu primeiro grande papel na carreira, quer logo pegar Isabelle Drummond no colo. Esbanjando simpatia após enfrentar três horas de congestionamento, da Região Oceânica de Niterói até a Zona Sul do Rio, a Giane de “Sangue bom” empolga-se ao falar do apartamento que está montando na Barra da Tijuca. E mostra ser bem mais descolada do que sua personagem na novela das sete.
— Vou morar mais perto do Projac. Mas quando não estiver gravando, vou para Niterói, porque lá é a minha casa. E com certeza minha mãe vai viver na Barra comigo, porque preciso muito de ajuda. Ela vai ter que se dividir — avisa a filha de 19 anos de dona Damir, que jura se virar bem na cozinha.
A independência pode facilitar encontros amorosos, mas Isabelle é comedida quando o assunto é romance. Ela se esquiva ao ser questionada sobre relacionamentos e garante apenas estar feliz. Mas acaba revelando um sonho para a sua vida pessoal.
— Eu quero adotar uma criança. Tem muita por aí que precisa. Se a gente só tiver filhos, o que vai acontecer com elas? Pensei só em adotar. Mas minha mãe disse que é bom ter, então vai ser tudo misturado — afirma ela, que conta receber vários pedidos de casamento por aí: — Levo tudo isso na brincadeira.
Vestindo uma calça justa e com uma bela maquiagem, Isabelle vibra ao falar da transformação de sua personagem, que de menina sem vaidade topou até fazer um book ao receber o convite para ser modelo.
— Quando pequena, eu era muito perua. Depois fui adotando um estilo mais básico. Acho que me aproximo mais dos looks da Malu (Fernanda Vasconcellos). Mas acho incrível esse universo da Giane, meio moleque, do futebol — resume a atriz.
Sua irmã Mayra, de 21 anos, revela uma mania da moça.
— Ela pinta as unhas e não consegue ficar com o esmalte nem um dia. Tira para colocar outro, mesmo quando vai ao salão. É um tique — conta a estudante de Direito, rindo.
As diferenças entre vida real e ficção não param por aí. Se Giane demorou um bocado para tomar coragem de falar para Bento (Marco Pigossi) o que sente (ela se declara esta semana), Isabelle garante que até pediria um homem em casamento.
— A Giane é muito imatura nesse quesito. Por que uma mulher não pode pedir o cara em casamento? Se eu quisesse me casar e sentisse que o cara está inseguro de tomar essa decisão, faria numa boa. Não tenho essa timidez toda.
Para a atriz, sobram homens cegos como Bento por aí. Mas ela entende o florista:
— Ele sempre a enxergou de outro jeito. Giane nunca tinha jogado charme para ele. Nem sempre é fácil para o cara notar isso.
Isabelle não parou de trabalhar desde os 6 anos, quando estreou na minissérie “Os Maias”, de 2001, e logo em seguida emendou o “Sítio do pica-pau amarelo”, que a tornou conhecida. Empolgada com a profissão, ela enfatiza que não largaria a dramaturgia, mas tem desejo de conhecer outras áreas:
— Tenho vontade de pesquisar outros assuntos. Penso em estudar Psicologia, mas não sei como vou conseguir. Leio filosofia, psicanálise...
Em meio à família, mesmo sendo a caçula, ela é exemplo.
— Isabelle é uma pessoa sensível, sempre atenta às necessidades dos outros. Eu a admiro porque ela é firme em suas convicções — diz a irmã mais velha, lembrando uma passagem divertida entre elas: — Uma vez, viajamos só nós duas para esquiar e ela, sempre muito decidida, resolvia tudo... Uma manhã, quis me fazer uma surpresa e foi pegar o café da manhã enquanto eu dormia. Só que, quando entrou no quarto, ela se atrapalhou e derrubou a bandeja com tudo! Acordei e rimos muito.
Evangélica, Isabelle diz que é sempre otimista em relação ao futuro, apesar de se chatear com as más notícias que acompanha no noticiário:
— Gosto de ir à igreja. Religião é uma coisa que tem que estar dentro da gente antes de qualquer coisa. E ainda acredito muito no ser humano.
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