Crítica: Fãs curtirem retorno de “Rebelde” não trará (necessariamente) audiência

Essa semana, um diretor do SBT confirmou o retorno da novela “Rebelde” em setembro. Muito legal, mas será que vai dar audiência?

Incorporando o espírito midiático e comunicativo do dono da emissora, a diretoria do SBT divulgou no Twitter a confirmação da reprise de “Rebelde”, um sucesso da emissora exibido entre 2005 e 2006. A novela musical produzida pela Televisa angariou milhares de fãs e até proporcionou a vinda dos atores para participações nos programas do SBT e apresentações musicais da banda RBD. Porém, essa comoção popular não necessariamente trará algo que a novela precisa: público.

Eu explico. Quando a versão brasileira de “Rebelde” na Record dava seus últimos suspiros (com o pífio índice de dois pontos de média, um número inferior às reprises de “Dragon Ball GT” e “Popeye”), o número de comentários que apareciam em sites televisivos implorando para a manutenção de “Rebelde” era quase infinita. Centenas e mais centenas de súplicas para o não cancelamento da novela que tanto amavam. Fãs clubes com milhares e milhares de seguidores faziam campanha, colocavam frases nos Trending Topics do Twitter, mas a audiência só ia caindo.

O motivo é muito simples: “Rebelde” é uma novela com mais fãs que público. Aquelas pessoas implorando pelo não cancelamento da novela apenas comentavam, não assistiam à novela. Os fãs da novela acabaram sendo mais fãs dos produtos derivados, como dos shows e CDs (esses sempre dando muito dinheiro tanto para a Record quanto para o SBT e a Televisa), então meio que defendiam a não-assistida novela com medo do fim da banda.

Quantas dessas pessoas que estão soltando rojões pelo retorno de “Rebelde” vão assistir essa reprise? Difícil dizer, até porque há outros meios de se assistir aos rebeldes, como DVDs e o Netflix. Mas vale muito a pena lembrar que a novela foi abreviada pelo próprio SBT (usando o método de condensação de capítulos) porque a audiência estava minguando.