segunda-feira, 29 de abril de 2013

'Balacobaco' chega à reta final com dignidade


O tempo fez muito bem a Balacobaco, da Record. Feita a "toque de caixa" depois do fracasso de Máscaras, a novela sofreu ao longo de boa parte de sua exibição com cenários exagerados, atores fora do tom, história sem grandes momentos e diálogos confusos. No ar há quase sete meses e após inúmeros ajustes, a trama de Gisele Joras apresenta-se mais equilibrada e simpática em sua reta final.

 Concentrada nos núcleos mais importantes, o folhetim deixou de atirar para todos os lados. E agora foca de forma eficiente nas vilanias de Norberto, de Bruno Ferrari, principal destaque masculino do elenco. Em novelas, o vilão é, geralmente, um personagem de forte apelo popular.

Só que, no caso de Balacobaco, além das maldades e da boa atuação de Bruno, Norberto fica cada vez mais interessante por não ter outro personagem masculino com o mesmo resultado positivo. O que evidencia o erro de escalação da emissora ao confiar o papel de mocinho ao inexpressivo Victor Pecoraro. Protagonista da trama, Juliana Silveira continua desenvolvendo uma atuação segura na pele de Isabel. Enquanto, as apostas iniciais de Balacobaco, Diva e Dóris, as irmãs-bandidas interpretadas por Bárbara Borges e Roberta Gualda, ainda parecem estagnadas no humor fraco e na atuação apagada das duas boas atrizes.

 Por conta disso, quando o assunto é comédia, Balacobaco encontra um lugar seguro em Violeta e Osório, de Simone Spoladore e André Mattos. Entre disfarces e nuances, pai e filha protagonizam sequências divertidas e bem construídas, onde a dupla mostra-se versátil e à vontade. Na corda bamba do bom senso, Simone ainda se arrisca na interpretação de Vitor, homem inventado pela tresloucada personagem.

 Com audiência já estabelecida em torno de oito pontos, Balacobaco elevou e manteve o Ibope do principal horário de dramaturgia da Record. Por isso, não foi encurtada e ganhou tempo para desenvolver suas principais tramas de forma mais coerente – mas respeitando os exageros originais da história.

Nos quesitos técnicos, até a edição, antes totalmente deslocada e rápida demais, ganhou um ar mais contemplativo e de resultado agradável. Entre outros detalhes de produção, cenários, iluminação e fotografia também tiveram melhora significativa.

Sem grandes possibilidades de tornar-se mais um êxito da dupla Gisele Joras e Edson Spinello – autora e diretor de Amor e Intrigas e Bela, A Feia –, Balacobaco, ao menos, consegue trabalhar sua despedida com dignidade.

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